SAÚDE

Novo exame calcula a idade de onze órgãos com base em proteínas no sangue, o que pode ser útil a tratamentos preventivos

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Alguns órgãos podem envelhecer mais rápido que outros e ficarem mais vulneráveis
Exame foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Stanford. — Foto: Getty Images Foto: Reprodução

Alguns órgãos podem envelhecer mais rápido que outros e ficarem mais vulneráveis

O corpo humano envelhece continuamente ao longo da vida, mas isso não ocorre de forma sincronizada. Alguns órgãos podem envelhecer mais cedo ou mais tarde do que outros.

O envelhecimento dos órgãos depende de vários fatores. Por exemplo, órgãos com um metabolismo mais acelerado, como coração, fígado ou rins, geralmente são expostos a um estresse maior e podem envelhecer mais rapidamente.

Os órgãos que são adequadamente supridos com sangue têm um desgaste mais lento, pois uma boa circulação sanguínea fornece nutrientes e oxigênio e remove as toxinas. Doenças, lesões ou infecções, por outro lado, podem levar à degeneração acelerada.

Os fatores ambientais também influenciam no processo, por exemplo, se a pele e os pulmões forem expostos a forte radiação UV, fumaça ou poluição ambiental, envelhecem mais rápido. Além da genética, a capacidade regenerativa, ou seja, a capacidade de curar a si mesmo, também desempenha um papel importante. O sistema nervoso central, por exemplo, só pode se regenerar de maneira limitada.

Para determinar a idade real dos órgãos, anteriormente era necessário extrair custosas amostras de tecido. Entretanto, pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram um exame de sangue muito simples e barato que pode determinar a idade real de onze órgãos importantes, como coração, rins, cérebro, pulmões e fígado, com base em determinados grupos de proteínas no sangue


A idade dos órgãos importa?


Mas adianta eu saber que meu rim ou meu cérebro já está bem velho? Muito! Dessa forma, as opções de tratamento preventivo podem ser desenvolvidas muito antes do órgão envelhecido se tornar um problema.


Um cérebro envelhecido, por exemplo, tem mais risco de desenvolver demência. Um rim mais velho aumenta o risco de diabetes e pressão alta. E um coração muito envelhecido pode falhar muito mais rápido.


Como funciona o novo exame de sangue?


São analisadas proteínas específicas de órgãos no sangue das pessoas testadas. Após a coleta de sangue, um algoritmo se baseia nas proteínas encontradas para determinar a idade da pessoa testada e a idade dos onze órgãos mais importantes.


Ao analisar dados de 5.676 adultos de diferentes faixas etárias, pesquisadores descobriram que quase 20% da população apresenta envelhecimento mais acelerado de um órgão.


A análise também mostrou que o envelhecimento precipitado dos órgãos aumenta o risco de mortalidade de 20% a 50%.

 

Pessoas com um coração envelhecido têm um risco 250% maior de sofrer insuficiência cardíaca. E foi demonstrado que o envelhecimento acelerado do cérebro e dos vasos sanguíneos é responsável pela rápida progressão da doença de Alzheimer. Estudos futuros devem mostrar até que ponto essa abordagem também pode ser transferida para outros órgãos, como os órgãos reprodutivos.

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Redação 21 de Dezembro de 2023