Desigualdade

O estudo alarmante revelou que quase metade da riqueza nacional (48,4%) está nas mãos de apenas 1% da população

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Estudo aponta que o Brasil teve a maior concentração de renda do mundo em 2022
No Brasil, 1% mais rico controla 48,4% das riquezas do país Foto: Google imagens

Estudo aponta que o Brasil teve a maior concentração de renda do mundo em 2022

O Brasil reafirma sua posição no topo do ranking global de concentração de renda e riqueza, conforme revelado no recém-lançado Relatório Global de Riqueza 2023 do banco suíço UBS. O estudo alarmante revelou que quase metade da riqueza nacional (48,4%) está nas mãos de apenas 1% da população, uma situação compartilhada por países como Índia (41%), Estados Unidos (34,3%), China (31,1%) e Alemanha (30%).

Apesar de uma ligeira queda na desigualdade em 2022, o Brasil seguiu na contramão, com 120 mil novos milionários no período, consolidando sua posição no topo do ranking da desigualdade. Enquanto isso, mais de metade da população brasileira (58,7%) enfrenta algum grau de insegurança alimentar, um cenário que a campanha "Tributar os Super-Ricos" descreveu como um "ranking da vergonha".

Diante desse panorama, mais de 70 organizações sociais, entidades e sindicatos uniram suas vozes na urgência por justiça fiscal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou medidas, incluindo uma medida provisória que prevê a cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos de fundos exclusivos, conhecidos como fundos dos "super-ricos", e um projeto de lei para tributar investimentos brasileiros no exterior. Contudo, essas iniciativas encontraram resistência de setores do Congresso e da mídia tradicional.

O renomado economista Joseph Stiglitz, em visita ao Brasil, instou a aprovação urgente dessas medidas. Ele afirmou: "Aqueles de cima não querem pagar sua parte da conta. Eles não só não são caridosos como também gastam seu dinheiro por meio do processo político para evitar tributação". Essa resistência dos super-ricos em contribuir justamente para a sociedade destaca a necessidade premente de uma justiça fiscal eficaz.

Enquanto isso, a personagem Niara, criada pelo cartunista Aroeira, representa a indignação generalizada com os privilégios dos super-ricos. A voz unida dessas campanhas e personagens ressalta a importância vital de um sistema tributário que promova igualdade, onde quem tem mais contribua mais, e que, por fim, amplie os serviços públicos para todos os brasileiros.

Redação 08 de Outubro de 2023