Tristeza e dor

“Quero justiça. Não só pela Mikaella, mas também para esse tipo de situação não ocorra com outra criança no futuro

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Mãe perde bebê por erro médico depois de passar por três hospitais em Sorocaba
Menina morre após negligência médica em UPH de Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal Foto: Redes sociais

Mãe perde bebê por erro médico depois de passar por três hospitais em Sorocaba


Uma família de Sorocaba (SP) está em luto com a morte de uma bebê e cobra respostas depois de passar em três unidades hospitalares da cidade para socorrer a criança que apresentava crise severa de vômito.


Thais Alves Senne Bernardo, mãe da Mikaella Eloá, de 10 meses, contou ao g1 que passou em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e uma Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da cidade, mas voltou com a filha para casa. Só na terceira ida a outra UPH, que a menina, que tinha fibrose cística, teve pedido de urgência por causa do quadro de reação alérgica e desidratação para um leito de UTI.

A família havia conseguido uma vaga, porém, a bebê não resistiu e morreu antes da transferência. A Prefeitura de Sorocaba informou que a causa da morte está sendo investigada pelo Serviço de Verificação de Óbito (confira a nota abaixo).

Thais conta que, no domingo (12), a filha foi levada à UPA do Éden após o sintoma. De acordo com a mãe, os médicos a mandaram de volta para casa depois de receber uma injeção, sem dizer para ela a causa dos sintomas. “Eles não me disseram nada. Só aplicaram o medicamento e me mandaram pra casa”, diz.


Sem nenhuma melhora, Thaís levou a filha à UPH da Zona Oeste no dia seguinte. Lá, Mikaella foi diagnosticada com uma inflamação na garganta, tratada com uma prescrição de dipirona com bromoprida, remédios que, segundo a mãe, causaram uma reação alérgica no corpo da menina.

“A médica sequer deixou minha filha em observação após aplicar os remédios. O mínimo que poderiam ter feito era perguntar sobre alergias ou fazer um teste. Logo depois, partes do corpo dela começaram a ficar roxas e os olhos estavam muito fundos. Fiquei desesperada”, relata Thais.


Piora no caso
Com o quadro se agravando, a família levou a bebê para outra unidade de saúde no mesmo dia, a UPH da Zona Norte. Desta vez, os profissionais identificaram que Mikaella estava com reação alérgica e apresentava desidratação. A menina já fazia tratamento para tratar a fibrose cística, doença genética grave que afeta os pulmões e o sistema digestivo.

Os médicos da UPH pediram uma vaga de UTI infantil com urgência. Eles até conseguiram pelo sistema de regulação no hospital do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (GPACI), porém, Mikaella não resistiu e morreu antes da transferência.

“Quando recebi a notícia, fiquei sem chão. Chorava muito. Até hoje não consigo entender o que deu errado no meio do caminho. Não dá para acreditar que perdi a minha filha por um erro”, conta a mãe.
“Quero justiça. Não só pela Mikaella, mas também para esse tipo de situação não ocorrer com nenhuma outra criança no futuro. É imperdoável.”
FonteG1 

Redação 20 de Novembro de 2023