Não tem defesa?

“Vamos limpar a prefeitura desses ratos dos funcionários públicos”, disse o perfil

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Servidores se revoltam após serem chamados de
Ofensa proferida aos servidores públicos durante a "Live" do prefeito Foto: Reprodução das redes sociais

Servidores se revoltam após serem chamados de "ratos" por apoiador de Cavalin

Durante a “Live”, que tradicionalmente o prefeito, Rogério Cavalin (MDB), e o vice, Isaque Messias (União Brasil), fazem no dia e horário da Sessão Ordinária, no dia 30 de abril, uma cena lamentável aconteceu. Um perfil denominado como Manuel Cupertino, no Instagram, chamou os servidores municipais de “ratos”. Não se tem a certeza de que o prefeito e vice leram o comentário, o fato é que nenhum dos dois se manifestaram para defender os servidores durante a “Live”.


“Vamos limpar a prefeitura desses ratos dos funcionários públicos”, foi a frase que não caiu bem entre os servidores públicos, que usaram as redes sociais, não apenas para rechaçar o insulto sofrido, mas para valorizar o funcionarismo público na cidade.


Uma das servidoras mais atuantes na defesa do funcionário público em Itupeva, Jana Janu, deixou a entender que o ataque veio de um perfil fake:


“Ratos são aqueles que falam publicamente em um perfil fake... Ratos são aqueles que confundem cargo de nomeação política com servidor público.”


“Quem profere uma ofensa dessa, no mínimo, não conhece a estrutura da gestão pública e não tem capacidade para reconhecer e ser grato por todo servidor público que, em algum momento, lhe serviu. O servidor público merece respeito!” desabafou Mariana Godoy.


“Para o infeliz que fez o comentário: você não nos atinge, você não nos diminui e muito menos nos abala. Julgar o outro é atribuir ao outro algo que é seu!”, comentou Fabiana Souza.


Essa não é a primeira “Live” realizada pelo governo que acaba se tornando polêmica, na que Cavalin e Isaque realizaram, no dia 2 de abril, a servidora Caroline Amaral disse que “Infelizmente jogar nós servidores contra a população Sr. Prefeito, não resolverá nada.”


Ela pareceu estar fazendo uma previsão, já que um dos apoiadores de Cavalin, Paulo Bizico, comentou na “Live” que “são funcionários públicos. O nome já diz tudo... quem paga somos nós então, nós não daremos aumento.”


A equipe de reportagem do Olhar de Itupeva tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, questionando se o prefeito e o vice leram o comentário chamando os servidores de “ratos” e se o poder público está fazendo uma campanha para colocar os munícipes contra os funcionários públicos concursados, mas até o fechamento deste texto, não recebemos resposta.


A queda de braço com os servidores


A polêmica começou após assembleia realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserv) Itupeva, no começo de abril, a proposta feita pela prefeitura, referente à revisão anual geral do salário, de 5% de reajuste salarial e R$ 22,00 no cartão alimentação,ter sido reprovada pelos servidores,que acreditavam que o valor não valorizava o funcionalismo público na cidade.


Na “Live” do dia 2 de abril, Cavalin garantiu, que mesmo a proposta sendo reprovada pelos servidores, o Projeto de Lei que ele encaminharia a Câmara seria com os mesmos valores. Mas o Projeto protocolado no dia 4 do mesmo mês, abaixava de 5 para 4,5% de reajuste salarial e não continha aumento no cartão alimentação.


O Projeto de Lei foi retirado da Câmara pelo próprio poder executivo, 12 dias após ser protocolado.


No 26, foi entregue um documento, diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserv) Itupeva, representantes da prefeitura, durante uma reunião sobre o tema. No documento dizia que o pelo motivo do reajuste salarial dos servidores não terem sido votado na Câmara Municipal, o valor a ser dado poderia ser de somente 1,42%, equivalente os meses de janeiro, fevereiro, março e abril.


Com isso, o servidor que ganha o menor salário na prefeitura, R$ 2.380,00, terá um aumento de 34 reais.


Diferentemente do que alegou o jurídico da prefeitura, o jurídico do Sinserv diz que a legislação eleitoral permite que a recomposição salarial seja dada equivalente ao ano (4,5%).

Redação 03 de Maio de 2024